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Sopro D'Água - Praia - desague-78.jpg
QUEM SOU?

Sou corpo-ambiente em fluxo, em estado de mulher artista e aquática, no nordeste brasileiro.

 

Atuo como dançarina, performer, atriz, figurinista, pesquisadora e arte-educadora. Como Mestre (UFBA, 2019) e licenciada (UFPE, 2014) em Artes Cênicas, tenho fluido nas áreas de dança contemporânea, estudos do corpo, performance, teatro físico, educação somática, ecologia, ecossomática, dança aquática e improvisação cênica. Sou estudante da Formação de Educador do Movimento Somático promovido pela escola Body-Mind Centering e fiz intercâmbio com o curso de Licenciatura em Interpretação/ Teatro, na Escola de Música e Artes do Espetáculo (IPP), Portugal, 2013.

Como dançarina e pesquisadora sou criadora de Sopro d’Água, projeto performativo no qual, através da materialidade do corpo, ressalta-se a existência ambiental e aquática do humano. Sopro d’Água entrelaça ecoperformance, fotoperformance,  ecossomática e estado de fluxo, num processo criativo em dança, e foi profundada durante minha pesquisa de mestrado, “Sopro d’Água: Corpo-ambiente em fluxo criando (de)composições em dança”.

A versão para os palcos de Sopro d'Água foi dirigida por Daniela Guimarães e estreou em setembro de 2019, em Recife-PE. Sopro d’Água já participou de Festivais como: 29° Festival de Teatro do Agreste e do 26° Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. Neste último, ganhei o prêmio Melhor Bailarina, e o espetáculo foi indicado aos prêmios de melhor espetáculo e prêmio da técnica.

Atualmente sou  dançarina e diretora de arte do vídeo-dança Trabalho (direção Tonlin Cheng e Iara Sales), integrante do Grupo de Pesquisa CORPOLUMEN: redes de estudos de corpo, imagem e criação em dança (Daniela Guimarães) e pesquisadora do Projeto de Pesquisa do CNPq IMERSÃO COMO PESQUISA: Criação e composição Somático-Performativas a partir de deficiências invisíveis e(m) ambientes fluidos (coord: Ciane Fernandes).

 

Como artivista, investigo a questão hídrica, as memórias e saberes ancestrais da água, o direito de todos os seres à água. Proponho aproximar arte e ecologia em minhas criações e ações performativas, a fim de aproximar as populações às águas, em especial, as urbanas com seus rios e mares. Fui participante do Water Innovation Lab (2019 e 2020) que contribui para a rede de jovens pela água, orientada pela Waterlution, e no qual recebi destaque pelo projeto: "Catando Memórias de um ex-rio".

 

Atuei como performer, atriz, dançarina, arte-educadora e pesquisadora no Grupo Totem, entre 2011 e 2017, participando das performances: Retomada (2016-2017); Mita, Imã, Rebentum e Silência (2012); Nicho Portal do Imaginarium (2011). No mesmo grupo, integrei às pesquisas: Rito ancestral: Corpo Contemporâneo (2015, no qual investiguei a voz e movimento e os estados corporais nos rituais de três povos Pankararu, Xukuru e Kapinawá); A performance do humano: da pedra ao caos (2012), pesquisando os ritos de passagem do humano e a linguagem da performance.

 

Como dançarina, integrei ao curta-metragem Disforia Urbana (direção: Lucas Simões) e do espetáculo Feito de Nós (direção: Gabriela Santana, 2015). Desde 2011, desenvolvo o trabalho de atriz no teatro e audiovisual, participando de espetáculos como: O Mar de Fiote (direção: Luís Reis, 2014), O Público (texto: García Lorca, direção: João Pedro Vaz, Portugal, ESMAE, 2013) e outros, assim como às produções de cinema Superpina, (direção: Jean Santos - 2017) e Objeto Voador Não-Identificado (direção: Cesar Castanha – 2016).

 

Desde 2012, sou figurinista em criações de dança, teatro e cinema, integrando criações como: Ruínas (curta-metragem - GDC-UFBA, direção: Daniela Guimarães, 2018); Retomada (Grupo Totem, 2016-2020); Erranças (Gabriela Santana, 2016); Pindorama, Caravela e Malungo (Quadro de Cena, 2012) e etc. Fui integrante do Coletivo Mó (grupo de pesquisa sobre estados de presença, coord: Naomi Silman - LUME Teatro, 2015-2019) e do Improvisatório PE-PB (grupo de pesquisa e criação em dança, coord: Gabriela Santana, 2014-2015).

 

Como arte-educadora entrelaço em meu trabalho teatro, dança e educação somática. Atuo como professora de teatro e dança na Associação dos Deficientes de Peixinhos (ADEPE, Olinda-PE). Já fui professora de dança no Colégio Motivo (Mater Christi, 2017), professora de teatro na Escola Encontro (2016 – 2017) e professora de teatro no Colégio Ethos (2015 – 2016).

Minha História: entre águas e artes do corpo

Minha relação com a água ultrapassa minha casa-corpo e minha primeira casa-ambiente, meu útero materno; extrapola, ainda, minha existência e atinge minha ancestralidade. Imersa por minhas águas maternas, nasci em Salvador (Bahia – Brasil), uma cidade envolvida pelo mar. Cresci e vivi em Olinda e Recife (Pernambuco − Brasil), cidades vizinhas e também banhadas pelo mar, cujas histórias são cruzadas pelos rios e manguezais, extensivamente aterrados ao longo do processo de urbanização − questão ambiental que foi ecoada pelo principal movimento de artístico dos anos noventa, no Recife: o Manguebeat. Essas três cidades construíram minha afetividade, meu imaginário, meu conhecimento e meus questionamentos sobre a água.

Trago a memória de três cidades urbanas do nordeste brasileiro, pertencentes a estados diferentes (Pernambuco e Bahia), que, infelizmente, compartilham problemas ambientais que dizem respeito às suas relações com a água: falta de saneamento básico, extrativismo, privatização, conflitos pela água com desocupação forçada de populações tradicionais, aterramento dos mangues e rios, canalização dos rios e poluição das águas que, factualmente, surgiram de uma lógica na qual o dinheiro é privilegiado em detrimento do meio ambiente e do bem estar das populações tradicionais.

Cresci arrebatada pela arte: recordo-me que, dos cinco aos dezesseis anos de idade, meu sangue pulsava de maneira eletrizante nas aulas de dança popular, as quais estruturam minha educação corporal e em dança. Me desenvolvi entrelaçada pelos ritmos próprios à identidade cultural dessas cidades. Na adolescência, me encontrei com a dança contemporânea. Meu fascínio pelo teatro teve início aos onze anos, quando ingressei no grupo de teatro do colégio, no qual continuei até terminar o Ensino Médio. O teatro me movia, e em especial o universo da atuação e improvisação.

Ao entrar na licenciatura em Artes Cênicas (UFPE), em 2010, rapidamente, percebi meu interesse pela interação das linguagens cênicas, estudos do corpo, dança-teatro, dança contemporânea, teatro-físico, performance e improvisação. Também compreendi que a materialidade corporal como guia e eixo-criativo era meu principal interesse.

A partir de 2012, encontrei-me com a Educação Somática, me aproximei do Body-Mind Centering e iniciei estudos de composição em dança, através da minha pesquisa de iniciação científica, orientada pela prof. Márcia Virgínia B. de Araújo. Foi nesta pesquisa que comecei o processo de criação de Sopro d’Água.

Entre 2014 e 2015, mergulhei nos estudos de improvisação e composição em dança, assim como em práticas e abordagens de Educação Somática conectadas à dança, por meio de um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) denominado Improvisatório PE-PB: estudos interdisciplinares para improvisação em dança, coordenado pela prof. Gabriela Santana. Participei do Improvisatório PE-PB como dançarina e pesquisadora. A partir de 2015, comecei a integrar às pesquisas do Coletivo Mó, coordenado por Naomi Silman (LUME Teatro), cuja pesquisa é a produção energética e estados de presença, contribuindo para a minha compreensão de estados corporais e fluxo.

Entre 2011 e 2017, fui atriz/performer/dançarina e pesquisadora do Grupo Totem, grupo sediado em Recife - PE, que tem uma trajetória de mais de 30 anos de história e tece uma linguagem própria, permeada pela performance, teatro, dança e ritual. Este aprendizado construído em coletivo foi essencial na minha formação como artista, pois influenciou à minha maneira de criar, uma vez que me conectou à perspectiva performativa da materialidade corporal como eixo da criação ao cultivo de um estado ritual na cena.

A pesquisa-criação Rito ancestral: Corpo Contemporâneo (2015), cujo foco de pesquisa do Totem era a causa indígena e a performatividade de cantos e danças rituais dos povos Pankararu, Xukuru e Kapinawá de Pernambuco, foi essencial na minha trajetória artística, pois através desta pesquisa entrei em contato com os conhecimentos ecológicos emanados pela sabedoria, cosmologia e performatividade desses povos indígenas. Esse processo simbolizou um rito de passagem para mim.

É permeada por estes encontros e fluxos entre dança, Educação Somática, teatro ritual e performance que me debruço em diferentes pesquisas-criações. No meu trabalho como criadora-pesquisadora, vida e processo de criação estão embrincados. Descubro estados corporais escondidos, resgato imagens, memórias, mitologias pessoais e ancestrais, em cada processo de criação, tendo como suporte para uma compreensão de corpo integral.

Durante o mestrado, mergulhei nos afluentes e (trans)figurações do processo de criação de Sopro d’Água, desvendando a rede de conexão de cada versão do processo. A passo que imergi na materialidade das águas, descobrindo suas facetas corpo-ambientais. Aprofundei no estudo do sistema dos fluidos do Body-Mind Centering®, auxiliando na criação a partir da materialidade dos fluidos corporais. Através da dança aquática e a ecossomática, eu descobri minha existência ambiental, realizando Imersões Corpo Ambiente, em diferentes águas e em diversos ambientes. Partilho aqui, neste espaço em rede, fragmentos de minhas criações-pesquisas.

Conteúdo criado por Gabriela Holanda. Fotos: Thais Lima e Aline Van der Linden. Direitos reservados às artistas.

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