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SOPRO D'ÁGUA

SINOPSE

 

Quais memórias ancestrais a água resguarda? Fluindo entre oceano, rio, cachoeira, chuva, mulheres ancestrais, lamentos e seca, Sopro d’Água transpira nossa dimensão aquática e ambiental, percorrendo desde memórias ancestrais à emergência climática. A performance concebe a água como uma materialidade ancestral-geológica que intercomunica corpos, tempos e espaços, apoiando-se na compreensão de que somos água. Ao pulsar a existência ambiental em cena, através da materialidade do corpo, emerge-se a pergunta: qual o lugar da água numa sociedade à beira de um colapso ambiental?

 

INFORMAÇÕES DO ESPETÁCULO

Linguagem artística: Dança contemporânea

Duração: 50 min

Classificação indicativa: 14 anos

RELEASE

Processo de criação com mais de seis anos, o espetáculo rompeu à cena após a conclusão da pesquisa “Sopro d’Água: corpo-ambiente em fluxo criando (de)composições em dança”, desenvolvida pela dançarina-performer Gabriela Holanda, no mestrado em Artes Cênicas na Universidade Federal da Bahia.

Estreado em setembro de 2019, com uma temporada no Teatro Hermilo Borba Filho, Sopro d’Água já participou de Festivais como: 29° Festival de Teatro do Agreste e do 26° Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. Neste último, a dançarina-criadora do espetáculo, Gabriela Holanda, recebeu o prêmio Melhor Bailarina, e o espetáculo foi indicado aos prêmios de melhor espetáculo e prêmio da técnica.

2019-09-17_Sopro d'Água - Espetáculo - F

A performance mergulha nas profundezas de um corpo-ambiente em fluxo, transbordando para a cena uma dança de estados corporais a partir da materialidade da água-corpo-ambiente.

Não habitamos um ambiente, somos ambiente: oceanos internos nos atravessam; dentro de nós vivem ecossistemas; os códigos genéticos dos seres vivos da Terra carregam os mesmos alfabetos. Toda água que nos atravessa atravessou nossos ancestrais. A sabedoria e memória ancestral nos reconecta à existência ambiental e nos ajuda a enfrentar os desafios de um mundo em colapso climático. Para construirmos um futuro decolonial e não-hegemônico torna-se urgente assumirmos nossa existência ambiental, libertando relações e corpos humanos e não-humanos.

Sopro d’Água transpira a imersão aquática em todos os elementos da criação. Ao longo das cenas, a dançarina mergulha em estados corporais, memórias, sensações e imagens emergidas da corporalização dos fluidos corporais e estados d’água-ambiente. De um mesmo modo, os outros elementos cênicos nos fazem emergir em sensações de um ambiente aquático.

2019-09-17_Sopro d'Água - Espetáculo - F

Sopro d’Água possibilita o espectador-participante imergir em sua existência ambiental e, através do sensível, despertar-se para a urgência da questão hídrica. Em tempos de emergência climática e em que o litoral brasileiro é devastado pelo óleo, a criação incorpora o grito de uma realidade invisibilizada, ecoando a luta do direto da natureza e o direito de todos os seres à água, humanos e não-humanos. Ao evidenciar a necessidade da reconexão dos povos com a água, a performance faz emergir a pergunta: qual o lugar da água numa sociedade à beira de um colapso ambiental?

2019-09-17_Sopro d'Água - Espetáculo - F
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De um mesmo modo, os outros elementos cênicos propõem imergir em sensações de um ambiente aquático. No cenário há um caminho de bacias metálicas que atravessam o espaço cênico, fazendo alusão a um rio que seca e suas memórias; um vestido da avó da dançarina pinga ao longo do espetáculo e uma cortina de pequenos espelhos são rebatedores de luz. Por sua vez, o figurino revela contrastes: a leveza do figurino de cor nude faz ressaltar em seguida a chegada do vestido de cor oceano, contrastando com o peso deste vestido úmido.

A iluminação propõe uma imersão ambiental, densidade, e tons de cores d’água, graduando entre tons de águas internas e externas, água doce e salgada, rio e oceano, evidenciadas através das cores de luz: âmba, dourada, chocolate e diferentes tons de azul. O repertório musical é composto por composições autorais criadas para o espetáculo baseada na imersão sonora ambiental aquática. A música é executada ao vivo por Thiago Neves, através de bases sonoras, sintetizadores e guitarra.

FICHA TÉCNICA

Concepção/ performance: Gabriela Holanda

Direção de cena: Daniela Guimarães

Direção musical/ músico: Thiago Neves

Colaboração musical: Jam da Silva (percussão e flauta)

Figurinista e cenógrafa: Gabriela Holanda

Costureira: Patrícia Duarte

Iluminadora: Natalie Revorêdo

Poesia: Lucas Holanda

Produção: Gabriela Holanda

Designer gráfico: Thiago Pedrosa

Fotógrafa: Thais Lima

Conteúdo criado por Gabriela Holanda. Fotos: Thais Lima e Aline Van der Linden. Direitos reservados às artistas.

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