GABRIELA HOLANDA.

DILUINDO-ME EM RIO-CACHOEIRA
Em agosto de 2018, durante dois dias intensos, investiguei performar Sopro d´Água em fluxo corpo-ambiente, nas cachoeiras de Bonito, Pernambuco-BR. Para partilhar esta vivência, convidei Thiago Neves, músico de Sopro d’Água, e Thais Lima, fotógrafa. Iniciamos as investigações, na água, com um ritual particular e depois em grupo, abrindo a percepção para o ambiente e para a água que nos envolvia, a fim de que nossos movimentos criativos fossem guiados pelos impulsos em fluxo interno-externo.
Thiago fez investigações sonoras e capturou alguns sons do ambiente. Thais testemunhou minha dança, fotografando e filmando. Eu, Thais e as águas dançamos em um corpo uníssono em fluxo. O olhar de Thais lançou feixes de luz para o processo, revelando as mulheres e estados corporais que emergiram da dança naquele lugar, através de suas fotos e vídeos.


Durante estes dois dias de investigações, entrei em sintonia somática com o ambiente e me deixei levar pela força das águas. Como em um ritual de diluição, imersão e fluxo, segui, corri o rio e fluí. Meus desejos e vontades se diluíram no ambiente e emergiram estados e memórias ancestrais-geológicas, todas conectadas com aquele lugar. La Llorona, minha avó Lia com seu filho perdido na água, a lavadeira e Ofélia se misturaram em um mesmo corpo-ambiente.
